A Relação Tóxica é uma relação disfuncional: é um modo de relacionamento amoroso ou não, onde se observa uma forma assimétrica de se relacionar. Verifica-se uma tentativa de poder sobre o outro. Uma relação empobrecida do ponto de vista emocional, pouco criativa, permeada por um vínculo destrutivo que é alimentado pela dependência emocional. As relações tóxicas podem ocorrer em qualquer tipo de relação humana, não necessariamente entre namorados ou cônjuges, mas também entre pais e filhos, mãe e filhas, irmãos, colegas de trabalho, entre outros.
A pessoa se sente refém do relacionamento, isto é aprisionada, com sua auto-percepção, autoestima e capacidade de pensamento crítico abaladas, além de falta de respeito que é observada;
A relação tóxica ocorre entre uma dupla, e um dos envolvidos ativa no outro pontos específicos que são frágeis e causam sofrimento. Sair de uma relação tóxica não é simples, porque existem muitos aspectos inconscientes na dupla. Para conseguir se afastar é importante ter consciência de que está se vivendo dessa forma, se fortalecer emocionalmente, buscar rede de apoio, isto é ajuda familiar, amigos e algumas vezes a necessidade de acompanhamento psicológico. O fortalecimento emocional implica em conhecer suas próprias fragilidades de modo consciente para que possa distinguir as críticas como alguma coisa que é de fato real ou apenas uma projeção dos sentimentos da pessoa que são arremessados.
Esse tipo de relação causa prejuízo emocional e pode gerar uma espécie de vício que aprisiona as pessoas, interfere na autoestima, pode diminuir o rendimento em suas atividades cotidianas porque a pessoa se sente esgotada. A pessoa envolvida em uma relação tóxica pode somatizar, jogando no corpo o que não foi possível ser metabolizado/elaborado na mente. A pessoa envolvida nesse tipo de relação pode perder a noção de quem se é.
A maior dificuldade é ter a percepção de que a relação que se está vivendo não é funcional ou saudável. As pessoas tendem a não perceber e acabam se acomodando no sofrimento.
Algumas dificuldades observadas seriam: 1-econômicas: vinculadas a dependência financeira do parceiro (o); 2-Afetivas: vinculadas a dependência emocional do parceiro (a) – medo de se sentir desamparado, receio de se deparar com o desconhecido ao sair da relação, temor em não conseguir refazer a vida amorosa, em caso de relação entre namorados ou cônjuges, medo de perder aquele emprego, em caso de situação relacionada ao trabalho.
Podemos pensar que nem todas as relações são iguais e existem duplas que funcionam muito melhores do que outras, seja no trabalho, nas relações amorosas, entre outras. Outro ponto é refletir que é preciso iluminar os aspectos inconscientes que leva a pessoa ao comportamento repetitivo, ou seja, faz com que ela tenha experiências desagradáveis sem que perceba seu grau de responsabilidade nisso.
Tudo isso para dizer que ninguém está obrigado a suportar algo que é insuportável, você pode buscar a mudança, mas observe, essa mudança está em você mesmo.
RENATA BENTO – Psicanalista – Psicóloga. Membro Associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Membro da International Psychoanalytical Association – UK.Membro da Federación Psicoanalítica de América Latina – Fepal. Especialização em Psicologia clínica com criança PUC-RJ. Perita ad hoc do TJ/Rj – RJ. Assistente Técnica em processo judicial . Realiza atendimentos de crianças, adolescentes, familia e adulto.
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